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Desabafos,desatinos e aventuras de uma emigrante em África.
Depois de "chapas", "my loves" e "machibombos", vamos lá falar de um meio de transporte individual (ou quase).
Como por aqui se diz as “tchopelas” são uma espécie de mota com cabine. Daquelas que na Europa se viram fugazmente no antigamente e que agora reconquistam os locais turísticos, denominando-se “tuk tuk”. Se fecharmos os olhos, até podemos imaginar que estamos de férias na Tailândia a andar de riquexó...só que não. Há de muitas cores, principalmente vermelhas, amarelas e verdes.
Não é propriamente barato, mas para quem quer privacidade fica mais em conta do que os táxis. Come-se um bocado de pó...pelo menos é o que eu imagino, porque nunca andei em nenhum. Seja como for, a ideia que me dá é que aquilo não é muito seguro. È certo que não atinge grandes velocidades, mas se leva um encosto deve desfazer-se toda.
Até já!*
Continuando com a saga dos transportes públicos moçambicanos, hoje é dia do “machibombo”.
Os “machibombos” ou “machimbombos” (não sei bem como se escreve e acho que ninguém sabe!), são os nossos conhecidos autocarros, camionetas, ou carreiras para quem é do interior.
Normalmente os machibombos só fazem percursos longos, ou transporte privado de funcionários de empresas. Não há cá STCP ou Carris.
É frequente ver alguns destes transportes com frases inspiradoras, ou a dizer “Benfica” no vido traseiro (o que de inspirador não tem nada!).
Até já!*
Continuando a saga dos transportes públicos iniciada com este post, hoje falo-vos dos famosos “my love”.
Confesso que ao início quando ouvi o nome, não entendi muito bem e pensei que estavam a gozar...mas não. Passo a explicar.
O “my love” consiste numa carrinha de caixa aberta, que basicamente transporta pessoal atrás, de pé ou sentado. Pelo que percebi (pelo que me disseram), chamam a estes transportes de “my love”, porque as pessoas vão todas juntinhas e agarradinhas para se segurarem. E como aqui muito se usa o portinglês, nada como arranjar um nome original para estas viaturas!
Muitas vezes também vemos essas mesmas carrinhas a transportar mercadorias e apesar de não fazer um serviço de transporte público, há sempre como ganhar mais uns trocados a dar boleia ao pessoal em cima da mercadoria! Assim até é uma forma de manter a mercadoria segura. Quem não caça com cão, caça com gato!
Infelizmente não consegui tirar fotografias que transmitam a verdadeira essência de um “my love”, com o pessoal a abarrotar dentro da carrinha e todos encaixados uns nos outros...mas fica a ideia!
Até já!*
Está na altura de vos falar das opções de transportes públicos que existem cá por estas bandas.
Aqui em Tete, e em praticamente todo o Moçambique, não há rede de transportes públicos como as que estamos habituados a ter em Portugal. Não há STCP nem Carris nem nada do género que nos valha.
Em termos rodoviários posso dizer que temos 5 tipos de transportes públicos de passageiros: os “chapas”, os “machibombos”, os “my love”, os táxis e as “tchoupelas”.
Para começar, vou vos apresentar o “chapa”, termo que alguns de vocês já devem ter ouvido. Um chapa é (costuma ser) uma carrinha Toyota Hiace bege ou cinza (daquelas que se via muito em Portugal aqui há uns 20 anos), que é originalmente de 9 lugares mas que está adaptada para mais ou menos 15 lugares. E este “mais ou menos” é deveras importante pois, não me perguntem como, às vezes cabem lá dentro umas 20 pessoas!
E ainda tem um cobrador de bilhete que gere as paragens e os lugares e os pagamentos. Normalmanete vai de pé dentro do chapa (meio aninhado), junto à janela com a cabeça e o braço de fora, para “perguntar” aos transeuntes se vão apanhar o chapa. Acho que este senhor merecia o título profissional de “gestor de chapa”, porque afinal...não deve ser fácil!
Estes transportes super (des)confortáveis chegam a fazer percursos até cerca de 300km...nem é bom pensar! O pessoal costuma ir lá dentro todo enlatado, mas infelizmente por falta de opção, têm que se sujeitar. É o transporte mais barato que há cá, e por isso o mais utilizado. Costuma ter indicado nos vidros da frente e de trás, o trajecto que percorre.
Para ser motorista de chapa, só tem de saber conduzir mal e quiçá não ter carta de condução. De resto, vale tudo! (como gostaria que estas frases fossem uma brincadeira..mas é a realidade que temos).
Até já!*