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Desabafos,desatinos e aventuras de uma emigrante em África.
Há quase um ano atrás, escrevi-vos sobre a albufeira de Cahora Bassa e sobre a estadia no Kasindira Lodge. Desta vez,volto a escrever-vos sobre o mesmo paraíso, mas com a estadia feita no Moringa Bay Lodge.
Há já algum tempo que não tinha um fim-de-semana de dois dias e mal o tive em vista, decidi fazer uma pequena viagem para sair da rotina e espairecer as ideias. Uma amiga tinha-me dado boas informações sobre este local, que comparativamente com o anterior descrito aqui, fica uma hora mais perto. E uma hora para cada lado, faz muita diferença em termos de programação do fim-de-semana.
Portanto, saímos de casa cedinho, ás 7h30 mas ainda perdemos tempo a parar para tomar o pequeno almoço e abastecer a carrinha. Antes de irmos para o lodge, decidimos fazer um "pequeno desvio" para irmos visitar o Songo. Existem lá uns murais muito bonitos e ainda não tinha tido a oportunidade de os fotografar, por isso aproveitei.
Rumo ao lodge, ainda apanhamos uns 20km em terra batida e nada fáceis de fazer. Demoramos cerca de uma hora com subidas e descidas a 30km/h. Passava pouco das 13 quando lá chegamos e apesar de termos perdido bastante tempo com o desvio, deu para aproveitar bem a tarde.
Á chegada fomos recebidos pela matilha do lodge, composta por um rottweiler, um "salsicha", um boxer e um rafeirito. Enquanto lá estivemos, estes cães não nos largaram. Super amistosos, sempre a pedir festinhas. Foram os nossos guardas durante a estadia!
O local era em muito parecido com o lodge onde já tinha estado, o mesmo estilo de alojamento, cheio de árvores e uma piscina virada para o lago. Esta tinha o dobro do tamanho da outra, a água estava límpida e era feita em pedra o que lhe conferia um aspecto delicioso. Depois de almoçarmos, é obvio que fomos dar um mergulho! E tão bem que soube estar relaxadinha numa espreguiçadeira, sem grande som de fundo a não ser o da natureza. Estava mesmo a precisar disto!
Como já é da praxe quando vamos a um sítio destes, lá fomos dar um passeio de barco pela albufeira. Ver os hipopótamos, crocodilos e o pôr-do-sol. E nunca desilude. Os crocodilos estiveram um pouco envergonhados desta vez, ao contrário dos hipopótamos que não se apoquentaram nada com a nossa presença.
À noite, e com a falta de rede/net, os palpites eram sobre o resultado do SLB-FCP. E ninguém saiu a ganhar! E o mais fantástico é poder apreciar um céu repleto de estrelas, com uma temperatura agradável e ficar a dar duas de letra até "às tantas" na varanda para o lago.
O dia seguinte foi simples. Acordar (relativamente) cedo, aproveitar muito a piscina, almoçar e regressar a casa ainda com luz do dia. Recordo-vos que por cá entre as 17h e 18h já é de noite. E só vos posso dizer que foi maravilhoso! Entre experiências de mergulhos a serem filmados com câmara lenta, ou um bom período de leitura na espreguiçadeira, a manhã passou-se da melhor maneira possível e tão aproveitadinha como quem sabe que provavelmente tão cedo não repetirá!
Até já!*
Quando ouvi falar deste treino há 2 meses e meio, achei que era impossível conseguir fazê-lo... tinha recomeçado a treinar há pouco tempo, e a minha forma física não estava preparada para um tipo de exercício tão intenso. De qualquer forma decidi experimentar. E foi claramente a melhor decisão!
2 meses depois, sinto que ultrapassei barreiras, não só físicas como mentais. E engane-se quem acha que qualquer pessoa consegue fazê-lo. Com isso não estou a dizer que é preciso ser especial para tal, mas não é só a condição física que condiciona o nosso desempenho. Porque apesar dos treinos serem exigentes, depois de começar, rapidamente terminam...afinal são só 30 minutinhos. É o começar que é dificil. É o fazer. O não procrastinar e o cumprimento do compromisso. A força de vontade assumiu o papel mais importante nesta jornada... não desistir quando estava com dores musculares, insistir quando me só apetecia cair pro lado, conseguir levantar do sofá naquele dia em que estava cansada de estar a treinar há 3 dias consecutivos. E consegui superar isso tudo. E ainda fui dando umas corridas de vez em quando...afinal quem manda? Sou eu!
Ok ok, nem tudo são rosas obviamente. Ainda recorri à minha pomadinha Voltaren na semana 6. Muito cansaço acumulado, que senti principalmente nas últimas 3 semanas do programa. E fui tola em ir dando umas corridinhas, porque ficava claramente mais cansada nesses dias e os treinos custavam bem mais. Mas dei o meu melhor e isso é o que interessa. E não se esqueçam, que não fiz os treinos da forma mais intensa que podia fazer...tal como disse, não tinha preparação física para tal.
Ao fazer os exercícios nem sempre consegui acompanhar a velocidade dos executantes do video. E quando começava a chegar ao meu limite, passava a fazer a versão fácil do exercício (é disponibilizada uma versão mais fácil do exercício em cada vídeo). Assim, só parava quando já não tinha forças. Que é o objectivo do programa. E se sentisse que estava com a pulsação muito acelerada, alternava os exercícios entre a versão normal e a fácil, para gerir o esforço. Tal como diz o criador do programa, não interessa se estamos a fazer a versão normal ou a fácil, o que interessa é que façamos ao nosso ritmo e atinjamos o nosso máximo sempre!
Os resultados da última semana foram:
2ª feira – MAX OUT CARDIO – MAX OUT: 30.00 min
3ª feira – MAX OUT POWER – MAX OUT: 13.10 min
4ª feira – MAX OUT SWEAT – MAX OUT: 24.10 min
5ª feira – MAX OUT STRENGTH – MAX OUT: 8.05 min
6ª feira – FRIDAY FIGHT ROUND 2 – MAX OUT: 13.50 min
As 3as e 5as foram desde o início o meu grande calcanhar de Aquiles. Muito trabalho de braços, o que pra mim foi muito custoso e tive que recorrer à versão fácil mais vezes do que desejava...e mesmo assim foi dificílimo!!! Na última 6ª feira dei o litro, tentei fazer tudo em versão normal e com um bom ritmo de execução e rapidamente atingi o pico! Não há nada como parar 3 segundos, inspirar fundo e voltar à carga!
(Fonte:dosediariadegratidao.blogs.sapo.pt)
Agora não vou parar obviamente, vou continuar a treinar e a correr. E provavelmente vou recorrer a alguns videos do programa para ir fazendo de vez em quando. Vou retomar os 30 day challenges de agachamentos e de abdominais que andava a fazer quando iniciei o Insanity Max:30. Ou talvez encontre por aí outro programa engraçado para experimentar..nunca se sabe! O que interessa é que haja vontade...e essa há com fartura!
Até já!*
Hoje é o último dia do primeiro mês de Insanity Max:30! Uma vitória para mim! Na próxima semana comunico os resultados que obtive com esta aventura, que ainda só está a meio. Faltam mais 30 dias de novos treinos para experimentar.
Aproveito para vos fazer uma descrição detalhada dos treinos diários do primeiro mês.
No primeiro mês, os treinos de 2ª, 4ª e 6ª feira são mais exigentes a nível cardiovascular enquanto que à 3ª e 5ª feira o treino é mais muscular. Como podem ver na imagem abaixo, os treinos de 3ª e 5ª são iguais, e são os únicos que modificam a partir da segunda semana, tornando-se mais exigentes. Os restantes repetem-se ao longo das 4 semanas. O treino de 6ª feira é o mais exigente pois é uma compilação de alguns exercícios feitos nos restantes treinos.
(fonte:https://www.youtube.com/watch?v=iZBFv_NhaFk)
No treino de segunda feira, Cardio Challenge, o aquecimento são 5 minutos sem parar. Com 30 segundos para recuperar, inicia-se o treino de seguida. São realizadas 3 séries sem interrupção de 3 exercícios diferentes em que cada um é feito durante 30 segundos. Ou seja, são cerca de 4 minutos e meio de exercício seguido de 30 segundos de paragem para beber água e recuperar forças. Existem 4 paragens de 30 segundos para beber água, aos 10,15,20 e 25 minutos.
Ás 3ª e 5ª feiras, temos os Tabata. Primeiro o Tabata Power e depois o Strenght. Treinos que para mim são mais difíceis de executar, visto exigirem bastante a nível de força muscular. Por exemplo, tenho bastantes dificuldades a fazer os treinos de braços pelo que opto por intercalar a versão normal e a versão mais fácil do exercício. Nunca consegui fazer os 30 minutos seguidos destes treinos.
No treino de Tabata Power, são 4 minutos de aquecimento e 30 segundos para recuperar antes de iniciar o treino. Cada exercício é executado durante 20 segundos, parando 10 segundos para recuperar e repetindo o mesmo exercício mais 20 segundos. Temos paragens para beber aos 8:30, 13, 17:30, 22 e 26:30 minutos. Os exercícios estão agrupados por zona a trabalhar e por tipo de exercício; por exemplo o primeiro grupo de exercícios é à base de lunges, o segundo de push-ups, o terceiro de squats, etc.
Já o Tabata Strengh, apesar de ser semelhante na sua execução (20 segundos – 10 segundos – 20 segundos), não existem paragens para beber água. Só depois do aquecimento de 4 minutos é que podemos beber água e depois é aguentar até ao fim do exercício. Basicamente é uma versão melhorada (e mais difícil) do Tabata Power.
Nas quartas-feiras o treino é denominado Sweat Intervals, e tal como o nome indica, faz-nos suar bastante. A rotina de treino é semelhante ao Cardio Challenge, mas os exercícios são diferentes e com menos saltos. 5 minutos de aquecimento, séries de 3 exercícios x 3 e recuperação de 30 segundos ao longo do treino.
Às sextas-feiras temos o culminar da semana. Um treino que reúne alguns dos exercícios feitos durante a semana e alguns novos. Para terminar em grande, não haveria de ser mais fácil. Então o treino começa com 5 minutos de aquecimento sem interrupção, com recuperação de 30 segundos. A partir daí começa a loucura. Cada exercício é feito durante um minuto sem interrupção, e as únicas paragens para beber água e recuperar são aos 15 e aos 25 minutos. É para terminar o treino completamente falecida.
Aos sábados podemos optar entre fazero treino Pulse, ou descansar. Supostamente, o treino Pulse está feito de forma a eleger a recuperação muscular depois da coça semanal. Eu tenho optado por não o fazer. E claro está, o domingo é também para descansar.
E é isto! Ninguém disse que era fácil...
Até já!*
Apesar de vos ter colocado a par do meu desempenho no programa Insanity Max:30, ainda não tive oportunidade de explicar como realmente funciona. Como já mencionei anteriormente, o programa dura 60 dias, com treinos diários de 30 minutos.
A ideia principal do treino é: dar o máximo. Levarmo-nos ao limite. É claro que é preciso ter noção das nossas capacidades e saber quando parar, a não ser que se queira ter uma lesão.
Mas para quem não quer começar com um ritmo tão acelarado, o programa tem opção. No vídeo, além do treino normal, é possível ver uma pessoa a fazer uma versão mais fácil do mesmo exercício (imagem da direita).
Tal como é referido durante os treinos, não importa se estamos a fazer a versão normal ou a mais fácil pois ambas são exigentes, e a execução dos exercício pode ser feita ao nosso ritmo, o que interessa é não parar! Obviamente que para que o programa resulte a 100%, quanto mais intensidade lhe dermos, melhor.
Eu faço os exercícios na versão normal, e quando sinto que já não aguento mais, passo para a versão mais fácil para tentar dar o meu máximo, até não aguentar mais. E como é obvio, nem sempre é possível fazermos ao ritmo deles, porque não temos preparação física para tal. Eu inicio o treino ao ritmo deles, mas à medida que o cansaço se instala noto que perco velocidade nas repetições. E por vezes o exercício é tão exigente que simplesmente não consigo fazer tão rápido. O importante é que façamos a um ritmo confortável para nós, em que sintamos que estamos a dar o nosso melhor! Chega a uma altura que o corpo cede e em que temos que parar, e aí registamos o nosso MAX OUT.
Os exercícios apresentados são todos feitos apenas com o corpo, não sendo necessário a utilização de pesos e outros acessórios. Aconselho apenas um tapete daqueles de ioga, para fazer alguns exercícios de abdominal.
Para quem quer emagrecer, o Insanity Max:30 deve ser acompanhado com um programa de alimentação especial, que vem juntamente com o pack de videos. Como o meu objectivo não é emagrecer, não estou a seguir nenhuma dieta em especial. O que já faço há alguns meses é tentar fazer uma alimentação mais saudável. Como sopa com uma salada de legumes e uma salda de fruta ao jantar, 5 dias por semana. E além de comer várias vezes ao dia, tento comer pelo menos 3 peças de fruta por dia. E não me encho de bolos e doces...só um ou outro de vez em quando.
No fim do primeiro mês vou partilhar os meus resultados. Para já só posso dizer que estou a gostar bastante de o fazer, e que já observei algumas mudanças no meu corpo.
Volto a referir, que não tenho qualquer tipo de formação na área de desporto. Estou apenas a partilhar a minha experiência e opinião sobre o programa que estou a fazer.
Até já!*
(todas as imagens foram retiradas dos vídeos Insanity Max:30)
(Continuação do post Albufeira de Cahora Bassa #2)
Os quartos onde ficámos eram grandes, tinham uma cama grande com rede mosquiteira, um sofá e uma varanda também com mesas e cadeiras e a casa de banho era de tamanho normal, e com bom aspecto. Tinham também uma variedade de insectos simpáticos, principalmente aranhas. Que é o bónus que se tem quando se quer ter uma experiência na natureza. Aqui o nascer do sol acontece cedo, devia ser perto das 6h da manhã quando acordei com os raios de sol a entrar pela janela...aproveitei para tirar uma foto claro!
No dia seguinte, ou seja no segundo dia, decidimos que iríamos aproveitar a piscina e apanhar um solzinho. E assim foi. Manhã tranquila junto à piscina. O vento intensificou-se em comparação com o dia anterior, provocando ondas na albufeira, que ao baterem nas rochas da falésia faziam com que parecesse o barulho do mar. Foi super relaxante...
Da parte da tarde fomos visitar a quinta dos crocodilos. Existem cerca de 4500 crocodilos na quinta, de diversos tamanhos. Fiquei bastante impressionada ao ver crocodilos de 4 metros e meio. Entramos mesmo para o recinto onde estavam os maiores, sem termos uma barreira entre nós e eles. São animais fantásticos, que realmente metem respeito. Alguns mais assustadiços mergulharam na água, outros ficaram parados como se ali não estivéssemos. Acho que eu estava mais incomodada do que eles. Ao sair da quinta, avistámos duas águias pesqueiras e três macaquinhos numa árvore!
O final do dia foi a jogar Uno, como já não fazíamos há muito tempo. Ainda deu para umas risotas. E eu fui a grande perdedora...jogamos a pontos e eu fui a primeira a chegar aos 500. Paciência, ainda bem que não se jogou a dinheiro!
Último dia e dia de regresso. Ainda se aproveitaram umas horinhas de manhã na piscina, e regressamos pela hora do almoço. Foram dois dias muito bem aproveitados, de convívio e de relaxamento. Aliviar a cabeça e fazer um “reset” da rotina diária. O pessoal do lodge foi sempre atencioso e deixaram-nos sempre muito à vontade. É a possibilidade de podermos usufruir destes paraísos ocasionalmente, que torna mais suportável o esforço de estar longe de casa.
Até já!*
(Continuação dos post Albufeira de Cahora Bassa #1)
Após nos instalarmos no lodge, almoçamos com calma e decidimos fazer o passeio de barco ao pôr-do-sol. Aqui o sol põe-se cedo, pelo que saímos para o passeio perto das 16h. Não sem antes ir até ao quarto descansar um pouco e contemplar a fantástica vista da varanda.
Ao sair do cais pudemos ver alguns pescadores que acabavam de chegar, e assim que entramos na albufeira foi possível observar vários barcos a posicionarem-se para trabalhar durante a noite. Estes barcos apanham um peixe chamado “kapenta” que é atraído para a superfície pela luz que o barco projecta na água, facilitando a sua pesca.
Quanto mais avançávamos na albufeira, mais a imensidão se apoderava de nós. A paisagem consistia em água, água e mais água, com montanhas como pano de fundo. De um lado nem sequer era possível ver a margem, dando a sensação de estarmos no mar. E o sol sempre a descer em direcção ao horizonte.
A viagem foi grande e alcançamos uma margem, que anteriormente parecia muito distante. Ali pudemos ver hipopótamos, crocodilos e diversos pássaros. Já tinha feito um passeio deste género e apenas tinha avistado um crocodilo e com dificuldade. Desta vez tivemos sorte, estavam vários na zona e muitos esconderam-se mergulhando. Demos uma volta nas redondezas e foi possível ir identificando vários crocodilos a nadar à superfície. Segundo o nosso guia, é frequente a presença de hipopótamos e de crocodilos naquela zona, e contou-nos que dois dias antes uma senhora tinha sido levada da margem por um crocodilo. Infelizmente, aqui ainda vão existindo muitos casos destes, porque além de existir muita população que depende da pesca também é hábito as pessoas tomarem banho e lavarem a roupa no rio.
Depois do passeio a ver a bicharada, conseguimos ter uma vista fenomenal do pôr-do-sol. Naquele sossego, no meio dos animais, da natureza...indescritível. Mais um momento para a caixinhas dos “a recordar”. A luz foi-se desvanescendo e tivemos de terminar o passeio. A voltar para o lodge o número de barcos de pesca tinha triplicado. Foram cerca de duas horas naquela paz de espírito. Duas curtas horas...
E ainda não foi desta que terminei, por isso “não percam o próximo episódio, porque nós também não!”.
Até já!*
A construção da barragem de Cahora Bassa no rio Zambeze, criou uma albufeira de cerca de 250 km de comprimento e 38 km de largura. Um verdadeiro lago que por vezes não tem fim à vista, enganando o cérebro fazendo pensar que estamos no litoral a ver o mar.
Existem cerca de 3 ou 4 lodges situados na margem da albufeira, permitindo passar uns dias calmos e relaxantes com uma vista priveligiada. O lodge escolhido para passar este fim-de-semana prolongado, foi o Casindira Lodge, que fica a 265 km de Tete, no distrito de Magoé. Já tinha ouvido falar muito bem deste local, que era muito sossegado e óptimo para se fugir à rotina. Nada como por a teoria à prova!
Fui ao site e gostei das fotografias e da descrição. Um lodge situado numa falésia junto à albufeira, com piscina e quartos com varanda virada para a imensidão da albufeira. Estamos a falar de um espaço que tem apenas 5 quartos, é reservado e familiar. Um ambiente diferente daqueles a que estamos habituados quando vamos de férias e ficamos num hotel. Não há rede de telemóvel, e o wi-fi é fraquíssimo, pelo que é bom recordar como era viver sem as tecnologias. Para lazer temos a opção de fazer um passeio de barco na albufeira ao pôr-do-sol, visitar uma quinta de crocodilos, ir à pesca e observação de aves. E descansar claro!
Saímos no sábado de manhã, cerca das 8h30. Cerca das 11h45 estacionámos o veículo e dirigimo-nos ao barco. O lodge não ficava na margem onde estávamos, pelo que para lá chegar tivemos de fazer uma viagem de 10 minutos de barco. Antes de chegarmos ao cais improvisado, o condutor foi-nos mostrar onde ficava o lodge pelo lado da albufeira, o qual só tem acesso via terrestre. Quando deixamos o barco, fomos de Land Rover até ao lodge. Em 3 minutos chegamos ao lodge e instalámo-nos.
A viagem de carro até Magoé não teve grandes percalços. Apenas os últimos 12km são feitos em picada, pelo que o uso de veículo 4x4 é recomendado. A estrada está em boas condições (para quem cá vive sabe que não é muito comum) e a afluência de trânsito é quase nula. Um pouco depois de virar no cruzamento de Chitima, destaca-se na paisagem a passagem das linhas de alta tensão que distribuem a electricidade obtida na barragem para a África do Sul e para o Zimbabwé. A meio do caminho, encontramos um sinal de trânsito muito particular e que nunca tinha visto. “Atenção à passagem de elefantes”. É verdade...elefantes. Não vi nenhum, mas em 3 troços do caminho encontramos estes sinais. Mais perto do destino, já na vila de Casindira, foi possível ver as palhotas da população muito arranjadinhas e pintadas (e com direito a painel solar!), construídas em cima de uma sapata grande, possivelmente para se prevenirem da ocorrência de cheias na região fruto das fortes chuvadas.
Ainda tenho muito para vos contar sobre esta viagem por isso “não percam o próximo episódio, porque nós também não!”.
Até já!*
Em Abril de 2013 tivemos um fim-de-semana alargado, daqueles maravilhosos que todos nós gostamos. Infelizmente aqui não há muito para se fazer por isso foi a oportunidade perfeita para ir conhecer um dos países que fazem fronteira com Moçambique, a Zâmbia. Neste caso, não foi directamente para conhecer a capital ou as cidades, mas sim ir a uma reserva natural e fazer um safari. Este parque natural tem o seu nome devido ao rio Luangwa, que o atravessa e tem uma área de cerca de 9.000km2. Por isso o que nós vimos foi apenas uma amostrinha de todo o parque.
Dia 1
A viagem foi feita de carro, neste caso numa carrinha 4 x 4 pois aqui é comum haver troços de estrada em terra batida e em muito más condições. Saímos bem cedo para se fazer a viagem toda durante o dia e foram 8 longas horas para chegar ao destino, com uma paragem de cerca de 1 hora na fronteira para tratar das burocracias necessárias à estadia no país. Chegamos ao destino ao final da tarde, cerca das 16h. O lodge escolhido foi o Mfuwe Lodge, conhecido pelas visitas dos elefantes ao seu átrio (vejam no site!). O Lodge é todo em madeira com detalhes típicos da cultura africana. Fiquei numa cabana de dois andares, que tem um quarto enorme no andar de baixo, uma sala no andar de cima e em ambos os andares tem uma varanda virada para a selva, sendo que uma delas é grande e tem espreguiçadeiras. Os responsáveis pelo espaço eram simpatiquíssimos e enquanto fomos pousar as malas na cabana, chamaram um dos veículos todo-o-terreno e ainda fizemos a segunda parte do safari da tarde. Á noite, o jantar foi ao ar livre e as mesas estavam preparadas por cada carro de safari, ou seja, em cada mesa sentou-se o guia e os passageiros de cada carro. Foi giro dado que possibilitou a multiculturalidade, o guia era zambiano e o casal que nos acompanhava era composto por uma alemã e um israelita. O mais engraçado é que à noite para ir para as cabanas temos que ser escoltados por um guarda, pois o Lodge não é vedado e podemos encontrar animais em qualquer lugar! Incluindo a cabana, que diga-se de passagem que estava cheia de largartos nos tectos...e não eram pequenos!
Dia 2
Toca a levantar cedo que o safari da manhã começa às 6h30 da manhã e ainda temos que tomar o pequeno-almoço! Estava fresco e como o carro do safari é aberto, tive que levar um casaco e um lenço para o pescoço. E o protector solar também não faltou claro. Das paisagens deslumbrantes à diversidade de animais que pude avistar...macacos com crias às costas, elefantes a cada esquina, ímpalas, gazelas, javalis, girafas...um sem fim de aves! E eis que a meio da manhã paramos o carro junto ao rio Luangwa, a ver um conjunto de hipopótamos a relaxar, e desfrutamos de um chá quente com uns biscoitos. Hmmm...paraíso. O silêncio citadino e apenas os sons da natureza..indescritível. Percebi cedo que a maior dificuldade seria ver os leopardos, por isso sempre que algum dos carros avistava um, avisava os outros guias via rádio e lá íamos nós em “perseguição” à procura do leopardo. Felizmente tivemos sorte e conseguimos ver um leopardo fêmea a refastelar-se nas ervas...que animal lindo! Terminei o safari deliciada confesso. Qual jardim zoológico qual quê...acho que não volto a entrar num! Não há nada como ver os animais no seu próprio meio...
O safari da tarde começou por volta das 16h. Fizemos percursos diferentes dos da manhã. Não passava muito tempo desde que o roteiro tinha iniciado, quando o nosso guia foi avisado para irmos ao encontro de um conjunto de leões. Um leão e um conjunto de 5 fêmeas, todos deitados nas ervas a descansar. Paramos o carro a 5 metros dos animais, senti-me dentro de um documentário do National Geographic. Só faltava mesmo o David Attenborough para narrar o momento. Sim, porque o leão decidiu mostrar aos cerca de 4 carros de safari que ali estavam, como se fazem leõezinhos...como se nem ali estivéssemos. Duas dúzias de seres humanos boquiabertos a olhar para aqueles bicharocos fantásticos a dormir e a rebolar na erva... e eles não estavam “nem aí”. Demos mais umas voltas e absorvemos mais natureza no seu estado puro. Pelas 18h voltamos a parar junto ao rio Luangwa, desta vez para apreciar o pôr-do-sol acompanhados de uma bebida espirituosa e de uns snacks. Um crocodilo solitário veio dar o ar da sua graça ao passar no rio. Até hoje foi o pôr-do-sol mais lindo que alguma vez vi. Uma série de factores perfeitamente conjugados fizeram daquele momento, um momento inesquecível. Ficamos na conversa à beira-rio até anoitecer, onde pudemos admirar o céu repleto de estrelas cintilantes. O céu mais fantástico que alguma vez contemplei. E o colega israelita ainda nos esteve a ensinar como se aprende a identificar o sul a partir do cruzeiro do sul. Melhor final de tarde é impossível.
Dia 3
Dia de voltar a casa. Foi tomar o pequeno almoço e fazer à estrada. E comentar o resto do fim-de-semana durante a viagem. E chorar porque acabou rápido.
A última noite foi marcada por um momento surreal. Como já referi, as cabanas estavam inseridas na selva, sendo que as varandas estavam viradas para uma zona aberta, um descampado onde se viam regularmente os animais a passar. A meio da noite acordei com um barulho estranho, pois a cabana tem portadas mas não tem vidros, por isso o som exterior ouve-se perfeitamente. Quando fiquei mais atenta para tentar perceber o que se passava, consigui perceber que tinha um elefante do lado de fora a mexer na árvore que estava encostada à varanda... espectacular!
Todo o tempo lá passado foi pouco. Acho que uma vez por ano, todos merecíamos ir a um local assim. Ficar “unos” com a natureza, respirar ar puro, ver a beleza simples do nosso planeta e relaxar. Quem sabe um dia destes não se volta a repetir!
Infelizmente, problemas com o meu disco externo fizeram com que o ano de 2013 deixasse de existir, por isso não tenho muito para mostrar...
Até já*
(continuação do post anterior...)
A clínica tem dois consultórios dentários semelhantes aos consultórios em Portugal de há 20 anos atrás. No dia da primeira consulta lá fui eu na expectativa (como quem diz...cheia de medo). A médica coreana chegou a horas. Cumprimentou-me e foi aí que deu para perceber que a comunicação havia de ser engraçada...tentámos ter uma conversa, algo estranha, porque ela percebia alguma coisa de português e alguma coisa de inglês...quase nada vá. Começou a tirar lá o material dela que trazia na bolsa, e que vim a descobrir mais tarde que era tipo a bolsa da Mary Poppins.Toca a tirar-me os elásticos com uma pinça e um alicate,o que achei normal...como nunca tinha feito manutenção não sabia que havia um equipamento próprio para tirar elásticos, o que foi bom senão tinha-me assustado logo. Mas não demorou. Para quem não sabe, na manutenção do aparelho trocam-se apenas os aros de metal que estão presos aos brackets pelos elásticos, e que variam na espessura dando-lhes a intensidade. Ela escolheu um aro (bem mais espesso do que o que eu tinha!) e colocou-me na boca para medir e cortar as pontas para ficar de tamanho correcto. Lá cortou com o alicate e...pegou numa vela (que tirou da bolsa Mary poppins) para esterilizar as extremidades do aro. Uma vela. Tipo há 100 anos atrás. OH GOD ONDE ME VIM METER??? (pânico pânico pânico). Para ajudar à festa, em vez de elásticos começou a cortar pequenos pedaços de arame e a prender o aro. Bem...no meio daquele festim, muita coisa passava na minha mente, mas como eram só pensamentos negativos eu estava a tentar relativizar. “Se calhar é normal...”...realmente não é anormal usar o arame (soube eu meses mais tarde na minha dentista em PT), mas costuma ser usado só em alterações específicas. Muito bem, findo o desespero, paguei os olhos da cara e vim-me embora.
Passado uma hora já estava cá com umas dores que não vos conto...mas pensei que passado um dia ou dois acalmasse. Pensei mal. O aro que ela me tinha colocado era super forte, disse-me a minha dentista em PT que só o costuma colocar ao oitavo mês de manutenção...mas como eu sou uma sortuda, foi logo à primeira. Conclusão... 3 semanas de dores a comer, e ao fim de 10 dias os meus dentes já tinham mudado completamente de posição e estavam a ficar alinhados. Tratamento de choque que o raio da coreana me deu. Cheira-me que deviam ser os únicos aros que ela tinha, pois durante 4 meses usei sempre o mesmo. Depois da primeira manutenção, raramente tive dores...só no dia em que ela mudava o aro, depois passava. Pudera, depois dos dentes terem tido uma deslocação drástica em 3 semanas, o resto dos acertos foram suaves. 2 anos de abre-latas e de consultas maradas e silenciosas com a coreana. As duas palavras que lhe ouvia regularmente eram "abre" e "pica?"...e ela de mim também só ouvia "boa tarde", "não" e "até à próxima"...
Felizmente o resultado foi positivo...mas várias vezes receei que talvez não tivesse sido a melhor altura da vida para esta aventura...
Até já*
A primeira coisa para a qual eu olho numa pessoa, são os dentes. Desde sempre. Talvez porque sempre tive o “trauma” de ter os dentes tortos. Em pequena ainda andei uma série de anos com aqueles aparelhos amovíveis, um em cima e outro em baixo. Mas ao fim de dois anos sem aquilo, voltou tudo ao mesmo. Depois de vir para cá e começar a poupar algum dinheiro, um dos meus objectivos era colocar aparelho fixo e ver se finalmente conseguia o sorriso Colgate. Sim, sempre achei horroroso ander de aparelho fixo ou abre-latas, pára-raios...o que lhe queiram chamar. É pouco estético além de magoar bastante, tanto os dentes como as gengivas.
Decidi colocar o aparelho em Julho de 2013 em Portugal e depois fazer a manutenção cá. Claro que, antes disso me fui informar a uma clínica dentária que existe em Tete se faziam esse tipo de trabalho, ao qual a resposta foi positiva. O que não me disseram, foi que eu iria ser a PRIMEIRA paciente de ortodontia naquela clínica. Pois bem, dizerem-me isso na primeira consulta depois de eu já ter o aparelho colocado, não me valeu de muito, por mais que a minha vontade fosse correr dali e arrancar os brackets fora. Depois de falar com o médico, ele explicou-me que não tinha experiência em ortodontia e quem iria fazer a minha consulta seria uma médica coreana (sempre a melhorar isto). E finalmente fomos falar de preços. E ele decide dizer-me assim “Já falei com a médica e são 1000 dólares o tratamento.”... OI?COMO?DESCULPE? Fiquei incrédula a olhar para ele e só me apetecia rir. E perguntei: “Desculpe, mas o senhor por acaso sabe quantas consultas vão ser necessárias?Quanto tempo vou estar com o aparelho?Como pode dar um preço desses sem saber nenhuma informação?”...ele muito atrapalhado, disse que ia falar com a médica e chegar a um preço por consulta. Assim foi, e eu concordei, afinal não tinha grande hipótese. Não fazia era ideia do que estava para vir...
Não percam o próximo (e último) episódio (desta história), porque nós...também não!
E sábado foi dia de destaque do Sapo! Obrigada!
Até já*