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Desabafos,desatinos e aventuras de uma emigrante em África.
(Continuação dos post Albufeira de Cahora Bassa #1)
Após nos instalarmos no lodge, almoçamos com calma e decidimos fazer o passeio de barco ao pôr-do-sol. Aqui o sol põe-se cedo, pelo que saímos para o passeio perto das 16h. Não sem antes ir até ao quarto descansar um pouco e contemplar a fantástica vista da varanda.
Ao sair do cais pudemos ver alguns pescadores que acabavam de chegar, e assim que entramos na albufeira foi possível observar vários barcos a posicionarem-se para trabalhar durante a noite. Estes barcos apanham um peixe chamado “kapenta” que é atraído para a superfície pela luz que o barco projecta na água, facilitando a sua pesca.
Quanto mais avançávamos na albufeira, mais a imensidão se apoderava de nós. A paisagem consistia em água, água e mais água, com montanhas como pano de fundo. De um lado nem sequer era possível ver a margem, dando a sensação de estarmos no mar. E o sol sempre a descer em direcção ao horizonte.
A viagem foi grande e alcançamos uma margem, que anteriormente parecia muito distante. Ali pudemos ver hipopótamos, crocodilos e diversos pássaros. Já tinha feito um passeio deste género e apenas tinha avistado um crocodilo e com dificuldade. Desta vez tivemos sorte, estavam vários na zona e muitos esconderam-se mergulhando. Demos uma volta nas redondezas e foi possível ir identificando vários crocodilos a nadar à superfície. Segundo o nosso guia, é frequente a presença de hipopótamos e de crocodilos naquela zona, e contou-nos que dois dias antes uma senhora tinha sido levada da margem por um crocodilo. Infelizmente, aqui ainda vão existindo muitos casos destes, porque além de existir muita população que depende da pesca também é hábito as pessoas tomarem banho e lavarem a roupa no rio.
Depois do passeio a ver a bicharada, conseguimos ter uma vista fenomenal do pôr-do-sol. Naquele sossego, no meio dos animais, da natureza...indescritível. Mais um momento para a caixinhas dos “a recordar”. A luz foi-se desvanescendo e tivemos de terminar o passeio. A voltar para o lodge o número de barcos de pesca tinha triplicado. Foram cerca de duas horas naquela paz de espírito. Duas curtas horas...
E ainda não foi desta que terminei, por isso “não percam o próximo episódio, porque nós também não!”.
Até já!*