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Bichezas #8

Por M&Ms, em 23.09.16

Como devem imaginar, o que por cá não faltam, são aranhas. Há de vários tipos, tamanhos e cores. Algumas até saltam (não gosto dessas). Para já, começo com as aranhas que são mais comuns em casa (pelo menos na minha!). Têm um corpo muito pequeno em relação às 8 patas, que fazem uma forma circular. São dificeis de matar porque correm muito rápido e como são fininhas, escondem-se facilmente. Costumam aparecer de vários tamanhos, o que me faz crer que devo ter umas famílias a habitar por lá e vou vendo alternadamente mãe, filhas e netas. As maiores que já vi, conseguem chegar a um diâmetro de 7 cm aproximadamente. 

Já aprendi a conviver com elas e estas já não me fazem levantar para as exterminar. Acho que não são venenosas.

 

Identificação da bicheza: aranha castanha.

Classe da bicheza: aracnídeos.

Espécie da bicheza: daquelas espalmadinhas e que andam rápido.

Imagem da bicheza:

 

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Até já!*

às 13:31

Palavras para quê?#4

Por M&Ms, em 20.09.16

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E acreditem que aqui, são mesmo necessários placards destes...

 

Até já!* 

às 11:31

A existência de mais um fim de semana prolongado permitiu, que em Outubro de 2013, fôssemos visitar Vilanculos. Vilanculos situa-se na província de Inhambane, a cerca de 900km de Tete, e é um dos locais situados na costa que mais visitantes recebe pela sua proximidade ao arquipélago de Bazaruto.

 

Para aproveitar o fim-de-semana ao máximo, dado que a viagem é longa, partimos na sexta ao final da tarde, de forma a fazermos os primeiros 400km de viagem até ao Chimoio e aí pernoitar. Assim, pudemos sair cedo no sábado para fazer os restantes 500km, e chegamos à vila cerca das 14h. Naquela altura, era impreterível uma boa gestão do tempo de viagem, pois a meio do caminho havia a travessia da ponte do rio Save, que só podia ser feita acompanhado de uma escolta, dado a situação de conflito político-económico que se vivia na altura (e se vive outra vez actualmente).

O regresso estava marcado para segunda-feira, por isso aproveitamos ao máximo a tarde de sábado e o dia de domingo. Ao máximo como quem diz...sábado de tarde não se fez grande coisa porque choveu...e muito!

 

O lodge onde ficámos chama-se Villas do Índico, e apenas se acessa com veículo de 4 x 4, que pode ser providenciado pelo mesmo. O alojamento consiste em cabanas individuais com um pequeno alpendre com sofá e baloiço. As cabanas têm quarto e casa de banho e são bastante espaçosas. A piscina com borda infinita está rodeada por puffs e espreguiçadeiras num estrado de madeira virado para o mar. E a sala de refeições é toda em madeira, muito típico por cá, com vista para a piscina e para o mar.

 

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Portanto, sábado à tarde...dia na cabana. Mas as previsões diziam que domingo ia ser melhor, e por isso agendamos uma ida de barco às ilhas, incluindo snorkeling na barreira de coral existente entre as ilhas. E assim foi. Domingo estava um dia radiante. Tomamos o pequeno almoço e saímos de barco, depois de escolhermos as barbatanas e o material necessário para o snorkeling.

O mar é simplesmente impressionante...água límpida, deixando ver o fundo durante a viagem de barco. E não é que somos surpreendidos por dois golfinhos que decidiram acompanhar-nos? Foram durante um bom tempo a nadar junto ao nosso barco.

 

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A primeira paragem foi na barreira de coral para a experiência de snorkelling. Eu e a água temos uma relação muito restrita e eu estava bastante reticente em entrar na água...mas felizmente o barco tinha coletes salva-vida e foi o que me safou. O problema foi para sair da água...adorei a experiência. A água é transparente e tem uma temperatura excelente...que maravilha! Vi imensos peixes, de todas as cores e feitios...realmente a natureza é fantástica!

 

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Não havia uma nuvem no céu e o sol não dava tréguas. Seguimos para a ilha de Bazaruto. Bem...que paraíso! Indescritível... Caminhámos e caminhámos até subirmos um duna de cerca de 15 metros de altura, em que de um dos lados terminava abruptamente.  E aí sim...foi possivel contemplar toda a beleza do local...da ilha onde estávamos e das ilhas circundantes, do imenso oceano índico que nos rodeava por todos os lados, a areia branca e as palmeiras...parecia que estava num filme!

 

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Após cerca de uma hora a vaguear pelo lado sul da ilha de Bazaruto, voltamos ao barco e dirigimo-nos à ilha de Benguerra. Mais uma vez, areia fininha e branca a perder de vista...difícil era sair da água, que mais parecia uma piscina de água morna. Enquanto se aproveitava o mar, o guia preparava um almoço leve para petiscar. Ao largo da ilha viam-se pescadores em canoas e outros barcos com turistas a visitar as ilhas.

 

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Ao início da tarde voltamos ao lodge, para aproveitar a piscina e descansar um pouco. Afinal, tínhamos uma longa viagem pela frente no dia seguinte.

Quando cheguei ao quarto notei que tinha apanhado o meu primeiro escaldão...vestir-me para ir jantar foi um suplício! Mesmo tendo colocado protetor solar factor 50, o sol deixou as suas marcas. A primeira e última vez, espero eu! Chegada a segunda-feira, foi dia de regressar com calma e tentar chegar ainda de dia a casa. Foi pouco tempo, mas que deixou saudades. É um sítio que adorava visitar outra vez.

 

Moçambique tem muitos paraísos destes, mas infelizmente ainda não existem muitas facilidades para o turismo externo... Os locais não são de fácil acesso, há a dificuldade da língua para os estrangeiros e o turismo é bastante caro por cá. Por um lado, não é mau de todo, pois é da forma que estes lugares fantásticos continuam virgens, sem serem estragados e banalizados.

 

Até já!*

às 09:56

Depois de "chapas", "my loves" e "machibombos", vamos lá falar de um meio de transporte individual (ou quase).

 

Como por aqui se diz as “tchopelas” são uma espécie de mota com cabine. Daquelas que na Europa se viram fugazmente no antigamente e que agora reconquistam os locais turísticos, denominando-se “tuk tuk”. Se fecharmos os olhos, até podemos imaginar que estamos de férias na Tailândia a andar de riquexó...só que não. Há de muitas cores, principalmente vermelhas, amarelas e verdes.

 

 

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Não é propriamente barato, mas para quem quer privacidade fica mais em conta do que os táxis. Come-se um bocado de pó...pelo menos é o que eu imagino, porque nunca andei em nenhum. Seja como for, a ideia que me dá é que aquilo não é muito seguro. È certo que não atinge grandes velocidades, mas se leva um encosto deve desfazer-se toda.

 

 

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Até já!*

às 15:09

Segurança nas estradas...not!

Por M&Ms, em 26.05.16

Por cá, os acidentes de viação são uma constante. Se há sítio para conduzirmos defensivamente, é aqui.

 

Um estudo publicado em 2015, afirma que de entre os países lusófonos, Moçambique é o que tem o índice de mortalidade rodoviária mais alta, com 31.6 casos por cada 100.000 habitantes. Portugal tem um índice de 7.8 casos por cada 100.000 habitantes, 3 vezes menos do que Moçambique. Em 2013 registaram-se 1.744 mortes nas estradas moçambicanas.

 

E falo nisto porquê? Porque na terça-feira houve mais um grande acidente, desta vez às portas da cidade de Tete. Um  autocarro (“machibombo”) que fazia uma viagem de longa distância, envolveu-se num acidente com um carro ligeiro e um camião pesado em cima de uma ponte, causando 9 mortos e 25 feridos.  Os veículos ficarram irreconhecíveis.

 

 

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(Fonte:http://www.jornalnoticias.co.mz)

 

Como se já não bastasse, na quarta-feira dois camiões chocaram entre si, exactamente no mesmo local, fazendo mais 3 feridos.

 

E porquê?

 

Porque aqui não há civismo nas estradas. É indiferente se vamos sozinhos a conduzir ou se levamos 20 pessoas dentro de um “chapa”, o pé não levanta do acelerador. Não interessa se estamos numa lomba ou numa curva sem visibilidade, o que interessa é ultrapassar a lesma que vai à frente. Não se pensa que a qualquer momento um cabrito, um cão ou uma vaca se pode atravessar à nossa frente, o que se quer é chegar rápido ao destino. Não importa se conduzimos à noite sem luzes e se podemos causar acidentes. Não há problema em andar de mota sem usar capacete. Nem importa se incadeio os outros motoristas porque como não tenho médios, uso os máximos. E se me apetecer andar a 30, numa estrada em que o limite máximo é 60, ando. Nem me impedem de andar com um camião carregado a 120km/h, que numa travagem brusca varre tudo o que tiver à frente. E o alcool? Aqui conduzir a beber uma cervejinha é o pão nosso de cada dia...até parece que tem algum mal!?

 

E a taxa de mortalidade rodoviária em Moçambique?Pois...não me parece que vá descer num futuro próximo. Pelo menos enquanto as pessoas não começarem a ter consciência de que as suas acções influenciam não só os seus destinos, mas também os dos outros.

 

Até já!*

às 09:07

Expressões desconseguidas #3

Por M&Ms, em 23.05.16

E cá estou eu mais uma vez para vos presentear com mais uma lição do "bom português" que por cá se fala. Façam favor de estar atentos/as à aula de hoje. Ora cá vai:

 

  • “Lambe-shoes” – Eu gosto do portinglês que se usa por cá. Um lambe-shoes é um lambe-botas, um graxista. Mas para deixar a coisa melhor, pronunciam a parte do “shoes” como se fosse “choose”...lambe-choose.

 

  • “Vou sair com os meus bradas” – Nada como facilitar o inglês “brothers”, que já era dificíl.

 

  • “Oh boiss estou incomodado” – Boiss é uma versão de boss (chefe) mas com mais uma letra (deve ser pra ser original!). E incomodado significa que está doente ou que não se sente bem.

 

  • “Vou gymar” – Podia ser ir ao ginásio, mas não. É um sinónimo de “jobar” (que já expliquei aqui), ou portuguêsmente falando, de trabalhar.

 

  • “Tenho que ir fazer necessidade menor” – Significa ir fazer um xixi.

 

  • “Tenho que ir fazer necessidade maior” – Significa ir fazer um cócó.

 

  • “Ele estava grosso” – significa que estava com uma carraspana que nem é bom.Ou carroça. Ou bebedeira.

 

  • “Tens chuingas?” – uma chuinga é uma chicla ou chiclete ou pastilha (dependendo da zona do país onde residem). Mas tem explicação. Chuinga vem de....tanananaaaaam!!!..Chewing-gum. Got it?

 

Até já*

às 09:06

Continuando a saga dos transportes públicos iniciada com este post, hoje falo-vos dos famosos “my love”.

 

Confesso que ao início quando ouvi o nome, não entendi muito bem e pensei que estavam a gozar...mas não. Passo a explicar.

 

O “my love” consiste numa carrinha de caixa aberta, que basicamente transporta pessoal atrás, de pé ou sentado. Pelo que percebi  (pelo que me disseram), chamam a estes transportes de “my love”, porque as pessoas vão todas juntinhas e agarradinhas para se segurarem. E como aqui muito se usa o portinglês, nada como arranjar um nome original para estas viaturas!

 

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Muitas vezes também vemos essas mesmas carrinhas a transportar mercadorias e apesar de não fazer um serviço de transporte público, há sempre como ganhar mais uns trocados a dar boleia ao pessoal em cima da mercadoria! Assim até é uma forma de manter a mercadoria segura. Quem não caça com cão, caça com gato!

 

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Infelizmente não consegui tirar fotografias que transmitam a verdadeira essência de um “my love”, com o pessoal a abarrotar dentro da carrinha e todos encaixados uns nos outros...mas fica a ideia!

 

Até já!*

às 11:05

Mini-tornado de pó!

Por M&Ms, em 12.05.16

Bem...eu nem sabia que isto existia, visto nunca ter estado num sítio com um clima tão seco. Aqui em Tete, no início da  época veraniana, começam a aparecer colunas de ar em remoinho fruto do vento aliado ao tempo seco e quente que se faz sentir. E como aqui não falta pó, eles transformam-se em mini-tornados de pó. Fáceis de identificar e até engraçados de se ver. As meninas que estiverem a usar saias não estão a salvo, nem os meninos que usarem chapéu. A verdade é que não têm muita força, mas levantam tudo o que estiver a volta, maioritariamente lixo que aqui infelizmente é bastante.

 

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Pena não vos conseguir dar uma escala de tamanho. Passei com a minha carrinha ao lado dele e tinha cerca de 3m de diâmetro...enooorme! 

 

Até já!*

 

às 13:22

Está na altura de vos falar das opções de transportes públicos que existem cá por estas bandas.

Aqui em Tete, e em praticamente todo o Moçambique, não há rede de transportes públicos como as que estamos habituados a ter em Portugal. Não há STCP nem Carris nem nada do género que nos valha.

 

Em termos rodoviários posso dizer que temos 5 tipos de transportes públicos de passageiros: os “chapas”, os “machibombos”, os “my love”, os táxis e as “tchoupelas”.

 

Para começar, vou vos apresentar o “chapa”, termo que alguns de vocês já devem ter ouvido. Um chapa é (costuma ser) uma carrinha Toyota Hiace bege ou cinza (daquelas que se via muito em Portugal aqui há uns 20 anos), que é originalmente de 9 lugares mas que está adaptada para mais ou menos 15 lugares. E este “mais ou menos” é deveras importante pois, não me perguntem como, às vezes cabem lá dentro umas 20 pessoas! 

 

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E ainda tem um cobrador de bilhete que gere as paragens e os lugares e os pagamentos. Normalmanete vai de pé dentro do chapa (meio aninhado), junto à janela com a cabeça e o braço de fora, para “perguntar” aos transeuntes se vão apanhar o chapa. Acho que este senhor merecia o título profissional de “gestor de chapa”, porque afinal...não deve ser fácil!

 

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Estes transportes super (des)confortáveis chegam a fazer percursos até cerca de 300km...nem é bom pensar! O pessoal costuma ir lá dentro todo enlatado, mas infelizmente por falta de opção, têm que se sujeitar. É o transporte mais barato que há cá, e por isso o mais utilizado. Costuma ter indicado nos vidros da frente e de trás, o trajecto que percorre.

 

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Para ser motorista de chapa, só tem de saber conduzir mal e quiçá não ter carta de condução. De resto, vale tudo! (como gostaria que estas frases fossem uma brincadeira..mas é a realidade que temos).

 

Até já!*

às 13:26

Albufeira de Cahora Bassa #3

Por M&Ms, em 05.05.16

(Continuação do post Albufeira de Cahora Bassa #2)

 

Os quartos onde ficámos eram grandes, tinham uma cama grande com rede mosquiteira, um sofá e uma varanda também com mesas e cadeiras e a casa de banho era de tamanho normal, e com bom aspecto. Tinham também uma variedade de insectos simpáticos, principalmente aranhas. Que é o bónus que se tem quando se quer ter uma experiência na natureza. Aqui o nascer do sol acontece cedo, devia ser perto das 6h da manhã quando acordei com os raios de sol a entrar pela janela...aproveitei para tirar uma foto claro!

 

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No dia seguinte, ou seja no segundo dia, decidimos que iríamos aproveitar a piscina e apanhar um solzinho. E assim foi. Manhã tranquila junto à piscina. O vento intensificou-se em comparação com o dia anterior, provocando ondas na albufeira, que ao baterem nas rochas da falésia faziam com que parecesse o barulho do mar. Foi super relaxante...

 

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Da parte da tarde fomos visitar a quinta dos crocodilos. Existem cerca de 4500 crocodilos na quinta, de diversos tamanhos. Fiquei bastante impressionada ao ver crocodilos de 4 metros e meio. Entramos mesmo para o recinto onde estavam os maiores, sem termos uma barreira entre nós e eles. São animais fantásticos, que realmente metem respeito. Alguns mais assustadiços mergulharam na água, outros ficaram parados como se ali não estivéssemos. Acho que eu estava mais incomodada do que eles. Ao sair da quinta, avistámos duas águias pesqueiras e três macaquinhos numa árvore!

 

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O final do dia foi a jogar Uno, como já não fazíamos há muito tempo. Ainda deu para umas risotas. E eu fui a grande perdedora...jogamos a pontos e eu fui a primeira a chegar aos 500. Paciência, ainda bem que não se jogou a dinheiro!

 Último dia e dia de regresso. Ainda se aproveitaram umas horinhas de manhã na piscina, e regressamos pela hora do almoço. Foram dois dias muito bem aproveitados, de convívio e de relaxamento. Aliviar a cabeça e fazer um “reset” da rotina diária. O pessoal do lodge foi sempre atencioso e deixaram-nos sempre muito à vontade. É a possibilidade de podermos usufruir destes paraísos ocasionalmente, que torna mais suportável o esforço de estar longe de casa.

 

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Até já!*

às 11:25


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