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Desabafos,desatinos e aventuras de uma emigrante em África.
Um destes dias um dos meus trabalhadores pediu para falar comigo. "Lá vem este pedir alguma coisa", pensei eu, visto que é o que normalmente acontece. Realmente ele fez-me um pedido, mas daqueles em que ficamos orgulhosos e não aborrecidos.
Ele veio-me contar que lhe nascera a segunda sorte no domingo anterior, ou seja, o segundo filho. E que, caso tivesse sido uma menina, tinha-lhe colocado o meu nome para ficar para sempre com uma recordação minha. Mas...como saiu um menino, e o meu nome não dá para mudar para a versão masculina ele quis que fosse eu a escolher o nome para o filhote.
Que surpresa! Eu, que até nem almejo ter filhos,a escolher o nome para uma criança que não é minha. Mas confesso que fiquei de coração cheio. Quem não ficaria?
De imediato veio à cabeça o nome Ivo de que tanto gosto. Era o nome que a minha mãe me queria dar, caso eu tivesse nascido com a terceira perninha, mas que não é nada comum aqui. E como culturalmente, os nomes daqui são bastante diferentes dos nossos, eu propus ao rapaz para falar com a esposa e escolherem 5 nomes que gostassem e depois eu escolhia o nome que mais gostasse desses 5. Assim, não corria o risco de escolher um nome que eles não gostassem.
Dois dias depois veio a lista. 7 nomes. 4 escolhidos por ele e 3 pela esposa. E começo a percorrer a lista...Ricardo, Luisão, Marcelo, Ivo...IVO! Nem queria acreditar! O quarto nome era mesmo Ivo, sem eu ter sequer mencionado nada acerca da minha ideia. Claro...foi de fácil escolha. E fiquei super contente por toda esta "telepatia"! Ele também gostou da minha escolha, disse que escolhi muito bem, pelo que me deu a entender que tinha sido um dos nomes que ele tinha proposto.
E assim fiz diferença na vida de um pequeno ser que nunca irei conhecer, mas que talvez um dia mais tarde venha a saber algo sobre "aquela senhora portuguesa " que trabalhou com o pai quando ele era novo.
Até já!*
Ontem fui tomar o pequeno almoço a uma pastelaria que não tem muito de apelativo mas, por falta de opção, foi o spot escolhido. Pedi um croissant simples, que é o meu bolo de eleição desde sempre. Aqui não são fantásticos, mas comem-se, e ao menos sei que não tem creme, evitando possíveis problemas intestinais. Tive sorte, pois eram frescos, e apesar de maçudos não estavam secos.
E é aqui que se dá o momento. Aquele, em que dou a terceira trinca e identifico um insecto minúsculo na massa do meu croissant. E o que é que eu faço, perguntam vocês? Bem. Removi o insecto, pousei no prato, e continuei a comer o meu croissant.
Como se nada fosse.
E então pensei para comigo..."que longo caminho percorreste tu M&Ms...já encontras bichos na comida e em vez de reclamares, simplesmente relativizas e continuas a comer". Porque afinal, a porra das bichezas aqui estão em todo o lado.
E não foi a primeira vez que aconteceu. Já o fiz com um pão. E com massa. Mas ainda não tinha "filosofado" acerca disto.
Não sei se me rio ou se choro.
Até já!*