Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Desabafos,desatinos e aventuras de uma emigrante em África.
Mas o que eu gostava mesmo mesmo, era que esta internet de bosta me deixasse fazer um post!!!!!
Até já!* (ou até quando a net deixar...)
Mas sou só eu que nunca consegue alcançar a patanisca perfeita? A patanisca mais fofinha, amarelinha e saborosa de sempre?
Desta vez não faltou a salsa (que consegui encontrar felizmente!), só mesmo o jeito. Ou ficam espalmadas, ou ficam com óleo, ou ficam com pouca massa... já não sei que faça. Já tentei dar a volta à receita uma série de vezes. Já pesquisei em sites e até vi videos...mas também não ajudam nada porque simplesmente não são coerentes. Há a receita que diz que a farinha não pode ter fermento. Outra diz que se acrescenta fermento. Outra põe água. Outra não põe. As quantidades são sempre esquisitas. Gente...decidam-se! Anda aqui uma pessoa a tentar alcançar a bela das mais belas, e não consegue! Já basta cá os ovos serem pequenos e ser raro encontrar salsa. Quando tenho os ingredientes todos, quero mais é que fiquem perfeitas! Rrrr.
(Mas na falta de melhor... comeram-se pois.)
Até já!*
O louva-a-deus é um animal elegantíssimo e que felizmente não chateia ninguém. Há alturas do ano em que é comum verem-se muitos por cá, pequenos ou grandes, sejam destes verdes, ou então dos castanhos também conhecidos por “bicho-pau”. Não fazem barulho, e estão quase sempre estáticos perto de uma fonte de luz. Não posso reclamar.
Identificação da bicheza: Louva-a-deus.
Classe da bicheza: Insectos.
Espécie da bicheza: Sphodromantis viridis.
Imagem da bicheza:
Até já!*
Já vos contei anteriormente o meu passeio à albufeira de Cahora Bassa. Mas não vos escrevi muito acerca da barragem em si, que também já tive o prazer de ir visitar.
Acho que se pode dizer que, a barragem agora de nome Cahora Bassa (Cabora Bassa no período colonial), é a maior obra de engenharia realizada em Moçambique. E é neste momento, a maior fonte de geração de energia em Moçambique. Esta, situa-se no distrito do Songo, na província de Tete.
Ao longe parece um pedacinho cinzento encaixado em duas paredes rochosas escarpadas. Só quando lá estamos é que realmente temos noção da sua imponência e do quão maravilhosa é a paisagem.
A visita foi guiada, desde as instalações da Hidroeléctrica de Cahora Bassa até à barragem. Aí, tivemos que colocar coletes reflectores e capacetes de protecção como medida de segurança. À entrada da barragem é possível ver um monumento referente à passagem oficial da barragem para o governo moçambicano, que se deu em 2007 pelo governo de José Sócrates. Desde o início da sua construção, em 1969, que a barragem estava a cargo de entidades portuguesas.
Percorremos a barragem a pé. De um lado é possível ver água. Água sem fim. Do outro um abismo. Uma monstruosidade de betão enorme e lá no fundo o diminuto curso de água que segue rasgando caminho por entre as rochas.
Lamentavelmente, o dia da visita coincidiu com um dia de manutenção numa das turbinas e por isso a barragem não estava a descarregar. Não deu para ter noção do seu funcionamento normal. Mas ainda assim pudemos visitar as turbinas e passar para o lado de baixo da barragem, ou seja, ficar de frente para ela onde abrem as comportas. Infelizmente o sol não deixou registar o momento em condições, mas foi muito giro ter as duas visões da barragem.
Na falta de melhor, deixo-vos uma imagem da maquete de como seria o funcionamente normal da barragem.
Até já!*
...os táxistas estão a conseguir denegrir ainda mais a sua imagem perante os portugueses?
(um aparte de africanismos)
Até já!*
Apresento-vos o tão aclamado camarão de Tete! Pois é meus amigos...este bichinho que vos dou a conhecer hoje, é uma iguaria por estes lados. Na realidade, não sei que nome tem, sei que nunca ninguém os vê e de repente, dá uma chuveirada e é aos milhares. E não, não estou a exagerar. Milhares mesmo. Todos à procura de luz. Até tenho que fechar as frinchas das portas e janelas com guardanapos, que eles arranjam maneira de entrar por todo o lado. É difícil andar na rua, até temos que tapar a cara pois estão sempre a vir contra nós. E conduzir é um suplício, o pára-brisas fica todo peganhento cheio de criaturinhas esborrachadas.
Esta foto foi tirada depois de chegar a casa e ter andado à caça. Já se tinham infiltrado uma série deles, e apesar de não se perceber muito bem na imagem, eles são grandes e barulhentos pois têm 8 asas. Uns verdadeiros “pain in the ass”. O curioso é que ao fim de um tempo, eles começam a pousar e as asas caiem, tranformando-se em bichezas ainda menos bonitas que rastejam. E é neste preciso momento, que eles passam a ser apelidados de camarão de Tete, porque é ver os locais a apanhar os bichinhos das paredes e do chão, para depois os fritarem e comerem. Refeição à borliú, iupiii! Hmmm...deve ser uma delícia...not!
Identificação da bicheza: camarão de Tete.
Classe da bicheza: insectos.
Espécie da bicheza: dos com muitas asas e chatos que dói!
Imagem da bicheza:
Até já!*
Uma das coisas que me fez sentir um bocadinho ignorante quando cá cheguei, foi o facto de não saber que as mulheres moçambicanas de raça negra não têm cabelo comprido. Acho que nunca tinha pensado nesse assunto antes. Até porque, na televisão não nos dão essa perspectiva. Vemos sempre raparigas negras com longuíssimos cabelos entrançados ou fabulosos caracóis ao invés de cabelos curtos com cabelo tipo carapinha.
Pois é. Qual não é o meu espanto quando me apercebi que todos os penteados espectaculares que via, eram feitos de extensões. A carapinha é um tipo de cabelo muito forte e difícil para se ter comprido, e as poucas mulheres que vejo com o cabelo quase pelo queixo, têm muita dificuldade em moldá-lo pelo que andam com ele amarrado ou entrançado. O uso de extensões não está ao alcance de todos, visto que fica cara a colocação e manutenção das mesmas. E há também quem recorra ao uso de perucas.
Assim, é tão fácil mudar de penteado que por vezes cheguei a não reconhecer pessoas quando mudavam de penteado drasticamente. Tipo, de um cabelo liso escuro para um cabelo encaracolado loiro. Ou então estar habituada a ver a pessoa sempre com cabelos compridos e de repente encontrá-la sem extensões. Acreditem...é muito fácil não se reconhecer a pessoa e passar por antipática! Ooops!
Até já!*
Costumo dizer que cá, a vida tem um valor diferente. Em quatro anos aqui, já vi morrer mais gente do que em 26 anos em Portugal. É frequente o pedido de dispensa por parte dos trabalhadores para irem a funerais de familiares ou amigos. Quase parece uma coisa normal...quase. Para mim é tão anormal, que não sei explicar.
Hoje senti a necessidade de escrever...mas quero escrever e não consigo ter as palavras certas para o que sinto em relação a isto. Uma espécie de agonia. Parece que me “cai a ficha” em relação ao sítio em que estou. Assusta-me ter de me deparar com esta realidade...em que a morte é algo comum, independentemente da idade ou do estado de saúde. Lembra-me a estupidez que é morrer aqui, por causa de um acidente de viação, num hospital sem cuidados médicos apropriados ou simplesmente por uma briga parva com um familiar. É tão simples quanto isto.
E de um momento para o outro, aquela pessoa que durante meses está diariamente a trabalhar ao nosso lado, deixa de estar. E o tempo passa... o trabalho continua... e eu esqueço. Até voltar a estar perto da morte. Aí relembro. Todos.
Até já!*